Você é um cigarro. Eu podia desenvolver essa metáfora de maneira rasa e óbvia: você é uma droga e vicia. Você é gostoso, mas me faz mal e provavelmente vai acabar me matando. Mas tentando fugir um pouco do óbvio, diria que a primeira vez que te experimentei, você era igualzinho um Marlboro vermelho. Sem nunca ter fumado antes, devia saber que seria melhor começar com algo mais suave, como uma essência de morango para o narguilé, mas não. Parecia tão fácil levar o cigarro aos lábios e depois devolver a fumaça que eu não sabia como poderia ser traumático. Marlboro vermelho foi o primeiro e aconteceu o esperado: eu me afoguei e tossi. Eu fui contra todo o bom senso e as advertências do Ministério da Saúde e te experimentei. Não posso reclamar que ninguém me avisou: fumar causa câncer de laringe. Câncer de pulmão. Necrose. Impotência sexual. No fundo eu sabia tudo aquilo que você me causaria: a frustração, a ansiedade, o ciúmes, a percepção de que o outro tem vontade própria que independe ...
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Mostrando postagens de agosto, 2014
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Karla
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Ele se virou de costas para a garota, de forma que mesmo estando em uma cama de solteiro, seus corpos não se tocavam. Ela encarou o teto, pensando no que havia feito de errado. - Cara, sei lá, dá muito sono depois de gozar. Sabe como é? - Não, não sei - respondeu ela, virando de costas para ele também.